quarta-feira, 30 de junho de 2010

Nove casais homossexuais participam de casamento coletivo em Belém

Na pista de dança de uma boate, nove casais homossexuais trocaram alianças e celebraram na noite de segunda-feira (28) um casamento gay coletivo em Belém (PA). Organizada por grupos de apoio à causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), a festa foi comandada por uma defensora pública do Estado.
Relação homoafetiva é união estável para fins previdenciários
Ao microfone, ela chamava os casais, que assinavam então contratos de união civil elaborados pela Defensoria Pública. Eles trocavam beijos e anéis.
Na mesa ao lado, um bolo e quatro bonequinhos --dois homens de um lado, e duas mulheres do outro. Amigos e familiares assistiam.
Um dos recém-casados era o transexual Raicarlos Coelho, 49. Nascido mulher, aos 14 anos passou a se sentir homem. Adulto, tomou hormônios masculinos e diz "só faltou ser morto" de tanto sofrer com preconceitos.
"Tudo o que eu conquistei, já está conquistado. O que muda é o respeito. Vamos ter nossos direitos junto à lei", diz Coelho, que mora há 13 anos com a mulher, Rose.
O casamento coletivo gay não é inédito no país --o que diferenciou a festa de ontem foi o apoio do Estado, por meio da Defensoria Pública.
Nem a Constituição nem o Código Civil aceitam o casamento de pessoas do mesmo sexo. Mas decisões da própria Justiça já reconhecem essas relações como dignas dos mesmo benefícios concedidos aos heterossexuais.
Os contratos, como os assinados ontem, apenas facilitam na hora de provar que a relação é estável.
E o aval estatal "torna a prova [da relação] mais robusta", como disse o defensor geral, Antônio Cardoso.
"Nós nos amamos, e isso perpassa qualquer lei, até a bíblica", afirmou Paulo Lessa, antes de ir até a pista de dança unir-se ao evangélico Erik Campelo.

Folha.com

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