sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bebês mimados se tornam adultos menos estressados, diz estudo


Quando crescerem, essas pessoas serão menos ansiosas e menos hostis

Os bebês mimados - aqueles que recebem uma atenção excessiva de pais e mães - podem se tornam pessoas mais bem preparadas para enfrentar os problemas da vida na idade adulta. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta terça-feira (27) no periódico científico Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária.

A pesquisa foi realizada durante vários anos com 482 pessoas de Rhode Island (EUA). Os cientistas avaliaram a relação dos bebês com suas mães quando eles tinham oito meses, comparando essas informações ao desempenho emocional deles quando chegavam aos 34 anos de idade.

O estudo mostrou que aqueles que foram mimados quando bebês mostravam sinais mais baixos de ansiedade, hostilidade e mal-estar.

A pesquisa

O objetivo dos pesquisadores era verificar se os vínculos afetivos fortes a partir da primeira infância fornecem uma base sólida para o futuro da pessoa. Os estudos realizados até então sobre o assunto eram baseados apenas em lembranças da infância, sem um acompanhamento.

A interação dos bebês aos oito meses com suas mães foi avaliada por um psicólogo, que classificou as reações de afeto e atenção entre "negativa", "excessiva" e "calorosas".

Em 10% dos casos, notou-se um baixo nível de afeto maternal em relação ao bebê. Em 85% dos casos, o nível de afeição era normal, e elevado em 6% dos casos.

Essas pessoas acompanhadas foram testadas, depois, aos 34 anos, sobre uma lista de sintomas reveladores de ansiedade e hostilidade e mal-estar em relação ao mundo.

Qualquer que fosse o meio social, ficou constatado que os que foram objeto de mais carinhos aos 8 meses tinham os níveis de ansiedade, hostilidade e mal-estar mais baixos. A diferença chegava a 7 pontos no item ansiedade em relação aos outros; de mais de 3 pontos para hostilidade e de 5 pontos para o mal-estar.

Curiosamente, não havia diferença entre os que receberam um nível de afeto baixo e o normal. Segundo os pesquisadores, isso poderia ser explicado, principalmente, pela falta de interações verdadeiramente negativas na mostra observada.

Segundo eles, isso confirma que as experiências, mesmo as mais precoces, podem influenciar na vida adulta. As memórias biológicas construídas cedo podem "produzir vulnerabilidades latentes", diz o estudo.

r7

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