segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Homem que matou pai e filho se apresenta na delegacia

Uma desavença entre vizinhos terminou em tragédia, domingo à tarde, na cidade de Sarandi, região metropolitana de Maringá. Armado com um revólver sem documentação, Antonio Ferreira Vasconcelos, 33 anos, o "Baixinho", matou Benedito Arcângelo, 60 anos, o "Dito", e seu filho, Vagner Arcângelo, 30 anos, o "Nego". Também alvo do atirador, Neucinda dos Santos, 58 anos, esposa de Benedito e mãe de Vagner, só não foi morta porque a munição da arma usada acabou. "Eu não tinha intenção de matar", alegou Vasconcelos, ontem à tarde, à Polícia Civil de Sarandi.
Segundo o superintendente da Polícia Civil, investigador Carlos de Oliveira, o duplo homicídio aconteceu por volta das 18 horas no cruzamento das Ruas Nova Andradina e Livramentos, no Jardim Santana. Armado com um revólver calibre .38, municiado com seis cartuchos intactos, Antonio Ferreira Vasconcelos passava a pé pelo local quando encontrou-se casualmente com Benedito Arcângelo e seu filho, Vagner Arcângelo. Após uma breve troca de ofensas, Vasconcelos sacou a arma da cintura e começou a atirar contra Benedito, matando-o na hora. Ao tentar socorrer o pai, Vagner também foi alvejado e teve morte instantânea.
Antecipando-se à chegada da Polícia Militar, Vasconcelos deixou o local rapidamente, levando a arma do crime. A fuga, no entanto, não impediu que ele fosse identificado por populares que presenciaram o crime. Informado de que seu nome já havia sido divulgado pela imprensa, Vasconcelos contratou o advogado Silvestre Mendes Ferreira Negrão, de Maringá, e se apresentou na delegacia na tarde de ontem. A Polícia Civil classificou a apresentação espontânea como uma estratégia para evitar a prisão.
Em pouco mais de uma hora de interrogatório, Vasconcelos contou que o crime teria ligação com um atentado a tiros sofrido por ele, um enteado e um primo no dia 26 de setembro passado. Segundo ele, o autor do crime seria homem conhecido como "Marroni", supostamente amigo de Benedito e Vagner. "Depois do atentado, o Marroni espalhou que iria me matar e toda minha família", contou o ajudante, tentando justificar a compra da arma que, segundo ele, seria para defesa própria.
Vasconcelos concluiu o interrogatório dizendo que no final da tarde de domingo havia saído de saca casa para buscar a esposa quando Benedito e o filho Vagner tentaram agredi-lo na rua. "Saquei a arma e descarreguei contra eles", explicou o ajudante para, em seguida, afirmar que não tinha a intenção de matá-los. Fechei os olhos e atirei num ato de defesa. Depois fiquei arrependido e decidi contratar um advogado para me apresentar", disse ele.
O superintendente Carlos de Oliveira confirmou que Vasconcelos já respondeu processo por envolvimento em uma tentativa de homicídio ocorrida no ano de 2002, em Sarandi. Ainda segundo o policial, Benedito também respondia quatro processos por envolvimento em crimes diversos e seu filho, Vagner, respondia outros sete processos, um deles por homicídio. "Todos os envolvidos tinham histórico de violência e uma desavença entre eles só poderia terminar em tragédia, como de fato aconteceu", afirmou Oliveira.
O duplo assassinato elevou para 35 o total de homicídios registrados, neste ano, em Sarandi, praticamente o mesmo número dos registros em Maringá, que contabiliza 36 mortes. Levando-se em conta o índice populacional, Sarandi mantém uma média de 43 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Em Maringá, a média é de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, índice que a mantém dentro do patamar considerável aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A média de elucidação em Sarandi é de 84%, enquanto em Maringá a média gira em torno de 44%.O Diario

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