sábado, 27 de novembro de 2010

Morre idosa de 91 anos agredida em clínica de repouso

Uma professora aposentada de 91 anos, que teria sido agredida em uma clínica de repouso em Porto Alegre (RS), morreu na quarta-feira (24) no Hospital da Cruz Vermelha em Curitiba, após ficar internada por mais de um mês. Joanna do Carmo Machado da Cunha teria relatado a parentes que foi espancada e amarrada em uma cama.

Cerca de um mês atrás, seu neto Ricardo registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, na capital paranaense. O neto relata que teria internado a avó na clínica, em 2 de setembro, para ir a Curitiba procurar uma casa para os dois morarem juntos. A idosa estava lúcida, caminhava e falava normalmente.

Ao retornar à capital gaúcha, Ricardo teria ficado surpreso ao se deparar com a avó machucada. "Ela tinha ferimentos no rosto e no peito e bandagens nos braços, porque foi amarrada na cama". Joanna, bastante debilitada, foi levada à capital paranaense.

"Meu erro foi não ter levado minha avó para fazer exame de corpo de delito lá mesmo (em Porto Alegre). Quando foram fazer o exame (em Curitiba), dias depois, os hematomas já haviam sumido. Ela só tinha as lesões cerebrais. Minha avó teve convulsões e até um AVC leve. Chegou desnutrida e desidratada", afirma.

"Nos primeiros dias, ela gritava muito, assustada, depois 'desconectou geral'". Segundo o neto, o laudo médico do hospital teria constatado lesões nos órgãos genitais da idosa.

Socos e chutes

Mesmo em estado de choque, Joanna teria conseguido revelar que levou socos e chutes. A funcionária da clínica também teria batido a cabeça dela contra uma parede, antes de imobilizá-la.

Ricardo afirma que já havia deixado a avó na clínica e, como não houve problema, voltou a interná-la no mesmo local. "Ligava para ela quase todos os dias e me diziam que ela estava bem. Internei para matarem minha avó", disse.

Joanna era fonoaudióloga e professora de artes cênicas. Apesar da idade, era bastante ativa. "Ela era tudo para mim, morei com ela por 19 anos. Estava prestes a editar seu livro de poesias. Já não tenho mãe, agora perdi minha vó desse jeito", lamentou. O neto levou o caso à Promotoria dos Direitos do Idoso, do Ministério Público, que espera o laudo de necropsia da senhora. O Diario

Nenhum comentário: