sexta-feira, 25 de março de 2011

Celular terá 9 dígitos


Para combater escassez de números, dígito será compartilhado com a telefonia fixa

Para estancar temporariamente o problema da falta de números para habilitação de novas linhas de telefones celulares em São Paulo, as operadoras de telefonia móvel poderão usar, a partir de 4 de abril, números iniciados com o dígito 5, prefixo até então reservado para a telefonia fixa.

Alguns clientes já receberam mensagens de texto de suas operadoras informando sobre a mudança. O uso compartilhado de números iniciados com o dígito 5 representará para as operadoras móveis um acréscimo de 6,9 milhões de novos números ao serviço móvel na área 11 (região metropolitana de São Paulo).

Assim, a capacidade de numeração do serviço móvel nessa região passará de 37 milhões para 43,9 milhões. Em janeiro de 2011, a área 11 possuía mais de 28 milhões de assinantes na telefonia móvel, segundo a Anatel.

Essa foi uma das soluções encontradas pela agência para atender, por ora, a demanda de habilitação de novas linhas em São Paulo, até que seja implantado o nono dígito em todos os celulares do País, o que deve ocorrer até o final de 2012 e elevará a capacidade de numeração da área 11 para 370 milhões.

A ideia inicial da Anatel era criar o código 10, sobreposto ao código 11, o que duplicaria a capacidade de números disponíveis na área do DDD 11.

Em dezembro, porém, a agência abandonou a proposta e deliberou pela implantação de mais um dígito para os celulares de São Paulo e de todo o País no prazo de 24 meses.

Assim, ao final de 2012, os celulares que hoje têm oito dígitos passarão a ter, então, nove dígitos, pois um novo número será acrescentado aos oito já existentes.

Outras medidas. Para suprir a demanda por números antes do prazo de implantação do nono dígito, a Anatel tomou outras medidas, além da liberação do dígito 5 para as operadoras móveis. Uma delas é a redução pela metade da quarentena imposta às empresas para que utilizem os números cancelados pelos clientes. Assim, o prazo para a empresa voltar a usar o número cancelado, que era de 180 dias, passou a ser de 90 dias.

Outras mudanças também serão adotadas até o meio do ano. A Anatel vai implantar, por exemplo, alocação dinâmica, que só liberará o número para a operadora após a conclusão da venda para a o cliente.

Hoje essa liberação é feita antecipadamente. Há também a possibilidade de se adotar um sistema diferente para a numeração dos modems de banda larga 3G, que hoje usam números de telefonia celular.

Com a liberação da banda H, que é a última faixa de frequência do 3G, São Paulo terá uma demanda de mais de 7 milhões de números em 2011 e 2012.

Segundo a Anatel, as medidas preliminares buscam solucionar o problema enquanto o nono dígito não é implantado.

Também foi criado um grupo de trabalho, coordenado pela Anatel, e composto por representantes das prestadoras, para acompanhamento da implementação dessas medidas.

PARA ENTENDER

A Anatel estabeleceu o uso compartilhado de números iniciados com o dígito 5 - antes destinados exclusivamente para linhas fixas - entre operadoras de telefonia fixa e móvel. A partir do próximo dia 4, quando o cliente solicitar a habilitação de uma nova linha de celular, a operadora poderá oferecer a ele um número iniciado com o dígito 5.

Como existirão, ao mesmo tempo, telefones fixos e móveis que começam com 5, quando o usuário efetuar uma chamada para um celular que comece com o dígito, as operadoras serão obrigadas a informar a mensagem ¨chamada para celular¨.

Em 2012, a Anatel implantará o nono dígito nos números de celulares em todo o País. É provável é que todas as linhas passem a começar com o dígito 9. 

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