segunda-feira, 13 de junho de 2011

Gleisi faz PT sonhar alto no PR

Fortalecido no núcleo do governo federal com a ascensão de Gleisi Hoffmann (PT) – escolhida na semana passada pela presidente Dilma Rousseff (PT) para assumir a pasta da Casa Civil após a queda de Antonio Palocci – o Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná vive seu momento de maior relevância na esfera federal. A legenda tem ainda o ministro Paulo Bernardo, na pasta das Comunicações; Gilberto Carvalho, na Secretaria Especial da Presidência; e Jorge Samek, na presidência da Itaipu.
Agora, a expectativa da cúpula do partido no Paraná é usar a força que adquiriu em Brasília para reverter a atual situação que vive no estado. Nos últimos oito anos, apesar da chegada de Lula à Presidência, o PT sofreu um revés atrás do outro no Paraná. Além de continuar sem nunca fazer o governador do estado ou o prefeito de Curitiba, o partido perdeu as principais prefeituras que mantinha no estado: Londrina, Maringá e Ponta Grossa.
Na Assembleia Legislativa, o partido conta atualmente com apenas sete deputados estaduais. O governo estadual tem imensa maioria no Legislativo, engrossada até mesmo por deputados de PDT, PMDB e PSC, principais partidos da base aliada federal.
Para o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, a forte representatividade na esfera federal permite que o partido tenha metas ousadas nas próximas eleições municipais. “Nas primeiras conversas que tivemos, entendemos que a meta para o partido é conseguir pelo menos três prefeituras em grandes centros urbanos no estado”, disse.
Para aproveitar o momento, a executiva estadual do partido projeta crescimento de 50% nas próximas eleições municipais para recuperar terreno perdido no estado nos últimos anos. A meta prevê conquistar 50 prefeituras, para governar 25% da população paranaense. Atualmente, o PT comanda 32 prefeituras: a maior delas é Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A ideia também é aumentar o número de vereadores, dos 289 atuais para cerca de 400.
Costuras
A estratégia do partido deve seguir a linha adotada desde a primeira campanha vitoriosa do ex-presidente Lula, em 2002: um projeto nacional de coligações para formação de uma ampla base aliada que permita aumentar representatividade em municípios médios e grandes. Para isso, o PT paranaense pretende reorganizar a coalizão formada no ano passado para combater a candidatura de Beto Richa no Paraná.
O Planalto já deu mostra de que pode ajudar nesta intenção ao honrar, ainda que com um semestre de atraso, o compromisso com todos os principais nomes da aliança formada em torno da candidatura de Osmar Dias (PDT). A coligação de PT, PMDB, PDT, PSC e PCdoB foi feita em grande medida para dar um palanque para a então candidata à Presidência Dilma Rousseff no Paraná.
Em maio, o ex-senador Osmar Dias (PDT), derrotado por Beto Richa nas eleições de outubro passado, assumiu a vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil. Antes de Osmar, em abril, seu candidato a vice, o empresário e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB), foi convocado por Michel Temer, para assumir a Chefia das Relações Institucionais da Vice-Presidência da República.
A nomeação do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) também saiu, apesar dos esforços em contrário de seu rival, o senador Roberto Requião (PMDB). A indicação de Pessuti para o Conselho de Administração do BNDES foi publicada em Diário Oficial no mesmo dia em que Gleisi assumiu o ministério. Pessuti teve vitória dupla, com a ascensão de seu advogado e protegido político Sérgio de Souza (PMDB) ao Senado. O nome de Souza foi imposto pelo então governador para a primeira suplência de Gleisi como condição para desistir de sua candidatura a reeleição.
Para o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Oliveira, a falta de renovação dos quadros médios do partido é a razão da diminuição da relevância do PT no estado. Para Oliveira, a saída para o fortalecimento do partido no estado é atrair novos quadros, com mais densidade eleitoral e menos desgaste que os atuais parlamentares do partido. “O PT na esfera regional está aquém do conjunto de resultados e construção partidária de 10 anos atrás quando chegou a administrar as cidades médias como Ponta Grossa Londrina, Maringá e chegava ao segundo turno em Curitiba”, disse.Gazeta do Povo

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