terça-feira, 17 de abril de 2012

Igreja e movimento gay dialogam; cartaz oficial da Parada Gay em Maringá não traz Catedral

Um encontro considerado "histórico" marcou o fim da polêmica em torno do convite de divulgação da Parada Gay em Maringá. A ilustração mostra um arco-íris atravessando a Catedral da cidade e causou vários debates na internet. Na manhã desta terça-feira (17), o arcebispo Metropolitano Dom Anuar Battisti se reuniu com o integrante do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), Luiz Modesto, para discutir o assunto."O resultado foi muito positivo, muito além das expectativas. Saí da reunião encantado com Dom Anuar e o respeito que ele tem com as pessoas", fala Modesto.
Sobre a imagem, ambas as partes concordaram ser impossível retirá-la do ar, pois já se proliferou pela internet. "No entanto, gostaria de salientar que este nunca foi o cartaz de divulgação da Parada Gay. O oficial, que usaremos para publicação, é bem mais simples e pode ser visto na Fan Page do evento, no Facebook", ressalta Modesto.

Cartaz oficial da Parada Gay,
que será usado para divulgação
do evento
Ele afirma que a imagem criada pela design Elisa Riemer, como toda obra de arte, tem interpretação livre. "Peço desculpas se alguém se ofendeu com a imagem, não era essa a nossa intenção. Desejávamos apenas abrir um canal de diálogo com a Igreja, e o propósito foi alcançado", afirma.

Pastoral da Diversidade
Segundo Modesto, durante o encontro, foi discutida a possibilidade de criação de uma Pastoral da Diversidade em Maringá. “Apresentei dados relativos à violência contra homossexuais e índices de suicídios de pessoas que se sentem rejeitadas em função de sua opção sexual, e o arcebispo ficou sensibilizado com isso”, disse.
Segundo Modesto, a pastoral iria reunir os católicos homossexuais. “É necessário divulgar a ideia de que Deus não é ódio e punição, mas amor e acolhimento. Embora a posição da Igreja seja contrária ao homossexualismo, deve existir um braço dentro dela que os protege da violência e os acolhe da forma como são, sem deixá-los desamparados espiritualmente”, fala o integrante do movimento LGBT.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese informou que Dom Anuar disse a seguinte sentença sobre a Pastoral da Diversidade: “acolho a proposta no coração e a respeito. Vamos encaminhá-la na medida do possível, mas não há indicativo momentâneo de sua criação”.
A assessoria também informou que Dom Anuar deve participar nesta quarta-feira (18) da 50ª Assembleia Geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), e a criação da Pastoral da Diversidade provavelmente deve ser discutida, por conta da repercussão nacional do caso de Maringá, apesar de não estar na pauta oficial do evento.O Diario

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