sábado, 28 de setembro de 2013

Mutirão da saúde começa com foco na ortopedia

Um ano e dois meses de espera para que um ortopedista analisasse os exames. Foi o tempo que a doméstica Lecimeire Aparecida Amorim, 49 anos, aguardou, até este sábado (28), quando ficou frente a frente com o especialista Gilson Kuroda. O encontro ocorreu no primeiro, de um total de dez mutirões para desafogar a fila de consultas especializadas na saúde pública de Maringá.
"Não sou cubano, mas estou aqui para resolver o problema da senhora", disse o sorridente Kuroda, em alusão à recente polêmica envolvendo o programa Mais Médicos, do governo federal. Ele checou os exames, apertou o joelho da paciente, que reagiu reclamando da dor, e disse que aquela situação de artrose, pela idade da paciente, ainda não é caso para cirurgia. "Ele falou que preciso fazer fisioterapia e hidroginástica. Vou ver como fazer isso agora, porque não tenho dinheiro para pagar um tratamento particular, o pouco que a gente ganha vai tudo em casa", diz Lecimeire, que ganha R$ 900 por mês.
Por volta das 6 horas da manhã começou a fila de pacientes na Policlínica Zona Sul, no Jardim Tabaetê. Às 9 horas já eram centenas. O mutirão, pago pela prefeitura, conta com médicos que não fazem parte da rede municipal, mas que aceitaram participar dos trabalhos. Hoje compareceram dez profissionais, que receberão do município R$ 19,50 por consulta.
Segundo a prefeitura, só estão sendo chamados para o mutirão da ortopedia os pacientes que estão à espera de consulta há mais de seis meses e já têm os exames em mãos. O chamamento é intermediado pelos postos de saúde e os atendimentos da área de ortopedia estão concentrados na Policlínica Zona Sul.
A estimativa é que apenas na ortopedia a fila seja de 5,4 mil pacientes - cerca de 500 devem ser atendidos hoje. Ao todo, serão dez mutirões, realizados aos sábados até o fim do ano. Além da ortopedia, tida como área de maior demanda represada na saúde local, haverá trabalhos especiais para desafogar as filas da dermatologia e oftalmologia.
A demanda na oftalmologia é de 2,9 mil consultas. Na dermatologia, 4 mil.
Os atendimentos dermatológicos serão concentrados no Posto Iguaçu, próximo ao conjunto Borba Gato. Já os exames oftalmológicos, estuda-se fazer nos próprios consultórios particulares, em datas que serão combinadas com os médicos. "Tirando meio período o profissional consegue dar conta ", diz o secretário de Saúde, Antonio Carlos Nardi.
Segundo a vereadora Carmen Inocente, servidora da Secretaria de Saúde e que está à frente do recrutamento de médicos para os mutirões, as triagens trouxeram uma surpresa: " Levantamos que o caso mais antigo à espera de atendimento é de 2010, menos do que se esperava", diz.
O custo total dos dez mutirões é estimado pela prefeitura em R$ 1,2 milhão.O Diario

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